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Brasília - capital sem graça

Quando a palavra Brasília vem à mente, poucos pensam na capital do quinto maior país do mundo. Claro, Brasília imediatamente evoca imagens de belas garotas, praias arenosas, samba e carnaval colorido, porque até o próprio país cultiva uma atitude alienada e impessoal em relação ao seu centro político, que existe em algum lugar longe da diversão, da diversidade racial e das diferenças sociais acentuadas.

Mas a cidade foi um projecto de líderes socialmente conscientes que imaginaram a sua criação e existência como uma rebelião contra a centralização dos centros estatais concentrados nas margens do Atlântico.

A história de Brasília é divertida e dramática, assim como a dos próprios brasileiros. A ideia de uma capital, que seria não só o centro político, mas também geográfico do país, apareceu já na primeira constituição brasileira, mas ninguém pensou muito nessa nota na constituição. Uma anedota sobre a criação da cidade conta a história de um encontro entre um dos presidentes mais determinados do Brasil, Juscelin Kubitschek, e um jornalista que lembrou ao presidente as disposições da Constituição e quase o forçou a prometer fundar a cidade. A ideia impossível foi levada a cabo por três homens cujos nomes ficaram para sempre escritos na história das cidades planejadas: Lúcio Costa foi o principal urbanista, Oscar Niemayer, que tem 102 anos e ainda cria em seu ateliê no Rio de Janeiro, projetou o arquitetonicamente a cidade, Burle Marx, a quem muitos chamam de poeta dos jardins, foi o principal arquiteto paisagista. Mas aqueles que ainda pensam que Brasília, a capital do Brasil, é apenas um centro de funcionários do governo que deixam a cidade em massa todos os fins de semana no meio da savana brasileira, de áridas negociações diplomáticas e de corrupção política, estão muito enganados. Brasília não é apenas uma cidade fria de monumentos e concreto, sem praças e esquinas agradáveis. A capital de um país multicultural, que foi, entre outras coisas, o principal palco da explosão do rock and roll na década de 1980, hoje vive e respira cultura através de uma grande variedade de expressões e confirma o seu lugar em vários campos. Em abril deste ano, Brasília comemorou seus primeiros cinquenta anos. E foi justamente nessa experiência urbanística revolucionária, nesta cidade de rodovias monstruosas e charmosos bairros residenciais do outro lado, que nasceu, se desenvolveu e cresceu um novo tipo de brasileiro: uma mistura de continental e tropical; Orientais, Sulistas, Nortenhos..., todos se reuniram no centro do país.

Um novo impulso cultural de uma nova geração
Treze anos após a fundação da cidade, nela viviam apenas 220 mil funcionários e suas famílias, e a cidade estava longe dos sonhos de um dos fundadores, Lúcio Costa, que queria que a cidade se tornasse "habitável e agradável", ou do ideia de Darcy Ribeiro, que queria, que Brasília se tornasse um “centro cultural autônomo”. Em vez de importância vivia um complexo de inferioridade e parecia que Brasília se tornaria a moderna Machu Picchu. O oxigênio cultural voltou a circular na capital na década de 1980, quando a primeira geração de intelectuais nascidos na cidade começou a se tornar independente. Entre os agentes de mudança, merecem destaque os Concertos Cabeças - encontros culturais de jovens com recitais, cantos e danças. Desse núcleo criativo saíram: o poeta Nicolas Behr, o artista visual Wagner Hermuche e a famosa cantora Cassia Eller. Mas os anos passaram e a cidade cresceu e se expandiu. Os artistas se desenvolveram, ocuparam novos espaços, reconhecimentos, premiações, ou seja, a cidade virou mercado. Acontece que eles têm que ultrapassar os limites da cidade e conquistar novas áreas, o que aconteceu com o grupo de teatro Os Melhores do Mundo, a cantora Zélia Ducan, os grupos de rock (Legiao Urbana, Plebe Rude, Capital Inicial) e o músico Hamilton de Holanda.

Arquitetura interessante em cada esquina.
Arquitetura interessante em cada esquina.

A cidade do modernismo
Brasília foi construída numa época em que o combustível era barato, por isso o carro é rei na cidade, embora as estradas largas não sejam garantia de um bom fluxo de trânsito, pois uma cidade que foi originalmente construída para apenas 600 mil habitantes, hoje é o lar para 2,6 milhões de pessoas, inundadas de carros, o que representa um problema considerável para os visitantes que têm que atravessar as largas avenidas para conhecer a cidade. Infelizmente, Brasília não se estende ao infinito. O centro da cidade, onde estão os edifícios mais importantes, é construído em forma de avião ou de pássaro, e da cabeça à cauda o "pássaro" mede apenas 8 quilómetros, e edifícios governamentais, como 16 edifícios idênticos de ministérios, estão rodeados por verdes e parques bem cuidados. Devemos começar nosso passeio pela cidade em monumento ao presidente Kubitschek, que iniciou a construção da capital. O poeta das obras públicas, como os brasileiros chamavam o presidente de raízes tchecas, tem 27 metros de altura e lembra um pouco os tempos dos ditadores soviéticos. Junto ao monumento também pode visitar o museu dedicado a Kubitschek, com interessantes fotos que comprovam que há cinquenta anos não havia realmente nada no local da actual capital. Prédio municipal construído em 1958 a Catedral é literalmente uma explosão de luz emoldurada por uma coroa de colunas parabólicas de concreto. O destaque de Niemayer é a Praça dos Trés Poderes tribunal e o palácio Planalto, que é o gabinete do presidente do país. A residência do presidente também é impressionante Palácio da Alvorada, que fica próximo ao Lago Paranoá. O mais dominante é o edifício Congresso (Congresso Nacional), um edifício de 28 andares em forma de H que representa a palavra humanidade (humanidade), e do Parlamento com dois enormes hemisférios, um voltado para cima e outro para baixo. Tal como a Barcelona de Gaudí, Brasília é também uma das maravilhas do mundo e a única cidade moderna na Lista do Património Mundial da UNESCO, que o astronauta russo Yuri Gagarin descreveu na sua primeira visita com as palavras: “Sinto como se tivesse pisado outro planeta. "

Uma cidade modernista, mas animada
Apesar de muitos a descreverem como uma capital impessoal e enfadonha, a cidade, com mais de 90 embaixadas e um grande número de estrangeiros, é extremamente cosmopolita. Noites quentes, ótimos restaurantes, moradores bebendo vinhos de primeira qualidade e se deliciando com uma mistura de sabores de todo o mundo, não é apenas um clichê, é uma realidade. Conhecida rede de restaurantes "churrascarias" Porcão, cuja oferta se baseia em pratos de carne grelhada, faz a alegria dos apreciadores de carne até na capital, até porque podem comer o quanto quiserem no restaurante. Quem não se impressiona com especialidades de carne fica satisfeito com o fato de existirem muitos restaurantes vegetarianos na cidade, um dos mais bem-sucedidos, por exemplo, é o A verdadeira cozinha vegetariana, que fica no Shopping Conjunto Nacional. Um dos restaurantes mais famosos chama-se Alice, e nele muito provavelmente iremos desfrutar das especialidades da proprietária Alice Mesquita juntamente com embaixadores, funcionários do Estado e restante elite social. A vida noturna da capital acontece em clubes como Balaio Café, Blues Pub, Gate's Pub; Clube Espaço Galeria é o centro da cena underground, Café da Rua 8 famoso como ponto de encontro de artistas, um dos clubes mais emblemáticos com certeza Clube do Choro, que há muitos anos apresenta ao público novos talentos e estrelas em ascensão da dança e do estilo musical brasileiro chamado choro em um ambiente agradável com cerveja gelada e deliciosos petiscos. O Brasil pode parecer outro planeta, mas mesmo neste planeta as pessoas aproveitam a vida, na qual os brasileiros são mestres, e a capital não é exceção.

Mais Informações

Informação:

– Funfarra, www.funfarra.org

– Bailão Café: www.bailaocafé.com.br

– Pub de Blues: www.bluespub.com.br

– Pub do Portão: www.gatespub.com.br

– Café da Rua 8: www.cafedarua8.com.br

– Espaço Galeria: telefone: (61)3321-9153

– Clube do Choro, www.clubedochoro.com.br

– Restaurante Porcão: www.porcao.com.br

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