Quando amamos alguém, acreditamos que essa pessoa significa algo – e que ela tem um futuro. Mas a vida muitas vezes não segue as regras que imaginamos.
Existem relacionamentos que nunca terminam de fato – mesmo que as pessoas eles terminamExiste uma categoria especial de amor que não é medida pela sua duração, mas pelo quanto ele nos transforma.
E não, nem sempre ficamos com as pessoas que despertaram em nós as emoções mais fortes, os anseios mais profundos, a maior proximidade. Muitas vezes, são essas mesmas pessoas tornar-se uma memóriaE não há tragédia nisso. É a realidade.
A ideia moderna de amor é frequentemente equivocada, de que ele deve ser eterno, incondicional, perfeito. Mas a vida não se deixa moldar em formas ideais. Na realidade, não é incomum que os amores mais fortes, sinceros e profundos não sejam os que perduram. São os que eles nos marcam, elas moldam e então deixam espaço para que nos tornemos uma nova versão de nós mesmos.
O amor não é uma promessa de duração. É um processo.
O fracasso em um relacionamento nem sempre é sinal de que não houve uma conexão real. Pelo contrárioMuitas vezes, duas pessoas estão simplesmente em diferentes estágios internos em um dado momento. Uma quer paz, a outra, crescimento. Uma espera por validação, a outra busca liberdade. E, no meio disso tudo, emoções que não conseguem encontrar equilíbrio.
Não ficar com alguém que amávamos com tudo o que tínhamos não significa que essa pessoa não fosse importante. Poderia até ter sido fundamental.Aquele que nos fez falar honestamente pela primeira vez.
Aquele que nos fez aprendeu a estabelecer limitesAquele que nos ensinou que não podemos esperar que outra pessoa resolva o que não estamos dispostos a olhar dentro de nós mesmos.
Ir embora não é uma derrota. Às vezes, é um fim.
Muitas pessoas permanecem em relacionamentos porque eles estão com medo, que admitir o fim significaria que nem tudo era real. Mas todo amor que nos ensinou algo era real — mesmo que não durasse. A duração não é a única medida de valor.
Às vezes, partir é a atitude mais corajosa que podemos tomar. Porque significa que vemos que o amor por si só não basta se não houver respeito, compreensão e desejo de crescimento mútuo. E também – admitir que mudamos. Que o que antes precisávamos não é mais suficiente hoje.
Não há nada de errado nisso. Não é um final frio. É a vida.
Os amores mais fortes muitas vezes apenas nos transformam – eles não nos acompanham para o futuro.
Um amor que acaba não é um colapso. É um desenvolvimento. Ninguém sobrevive a um amor assim intacto. Mas se tivermos sorte (e coragem), passamos por isso de forma diferente. Mais conscientes, mais honestos, mais preparados para o futuro. Aquela história que não terminou com uma vida a dois, pode ter terminado com entendimentoque nunca teríamos alcançado sem ela.
Não há nada de errado nisso. É a vida. É o amor.