Acampamento escolar na natureza. Para algumas crianças, uma verdadeira aventura, cheia de diversão, risadas e momentos inesquecíveis com os amigos. Para outros, a ideia de cinco dias sem os pais e o abrigo de um lar é uma montanha simplesmente íngreme demais para ser superada. Quando seu filho insiste em não querer ir, você se depara com um dilema difícil: você deve ouvi-lo e deixá-lo em casa ou deve incentivá-lo a reunir coragem e enfrentar o desafio?
Compreender o medo – é uma fuga ou uma angústia grave?
As crianças vivenciam novas situações de maneira muito diferente. O acampamento escolar ao ar livre costuma ser o primeiro tempo longe de casa, o que pode causar ansiedade. Para alguns, é um medo comum do desconhecido – perguntas como: “E se eu estiver sozinho? E se algo desagradável acontecer?” são completamente normais. Para outros, pode ser uma sensação mais profunda de insegurança ou mesmo uma ansiedade severa relacionada a novas pessoas, ambientes ou até mesmo medo de dormir fora de casa.
O primeiro passo é sempre conversar. Não apenas uma vez, mas várias conversas sinceras, onde a criança sente que você a está ouvindo e quer muito entender. Pergunte a ele o que realmente o está incomodando. Ele tem medo de não encontrar amigos? Ele está preocupado por não conseguir arrumar a própria cama ou por sentir sua falta? Os medos costumam ser menos assustadores quando são falados em voz alta.
Por que é importante que uma criança supere obstáculos?
A vida é cheia de desafios e mais cedo ou mais tarde a criança deve compreender que terá que superar alguns obstáculos sozinha. A escola na natureza pode ser o momento ideal para este primeiro passo rumo à independência. Quando uma criança supera o medo e percebe que pode passar alguns dias sem rotina doméstica, ela tem uma sensação de vitória. Essa valiosa constatação: “Eu consigo!” Esta experiência pode ajudá-lo mais tarde em muitas outras situações - quando ele faz sua primeira excursão, para estudar no exterior ou quando ele cria sua própria casa.
Além disso, a escola fortalece as habilidades sociais da natureza. As crianças ali se relacionam de uma maneira diferente - dormem juntas nos quartos, compartilham impressões durante as atividades conjuntas à noite e se conhecem fora das carteiras escolares. Algumas das amizades que se desenvolvem nesses poucos dias duram a vida toda. Um aspecto importante também é a autoconfiança, que se constrói quando a criança percebe que pode desafiar seus medos e dominar uma nova situação.
Quando respeitar a decisão da criança
Claro, nem sempre é simples. Se a criança já apresenta sinais de ansiedade grave, permanece no seu próprio mundo e evita a sociedade, é importante ficar atento. Se você acha que é um problema mais profundo, não faça um favor a ele empurrando-o para uma situação para a qual ele não está preparado. Pode acontecer que você o assuste ainda mais e crie um trauma que ele carregará consigo por muito tempo. Nesse caso, o melhor é consultar os professores e quem sabe até conversar com o orientador escolar. Às vezes, um pequeno ajuste é suficiente para dar à criança uma sensação de segurança - por exemplo, se você permitir que ela leve algo de casa com ela que a acalme, ou se lhe for prometido que poderá recorrer a um determinado professor em caso de quaisquer problemas.
Como ajudar uma criança a superar o medo
Se você acha que seu filho só precisa de um pouco mais de apoio para superar seus medos, há muito que você pode fazer: contar-lhe uma história sobre suas próprias experiências com a escola natural ou aventuras semelhantes, mesmo que não tenham sido perfeitas. As crianças adoram histórias e compreenderão a mensagem mais rapidamente se a apresentar através de eventos concretos. Explique a ele que seus primeiros dias sem seus pais também foram emocionantes, mas no final você só se lembrou de coisas boas.
Além disso, você pode combinar com outros pais e organizar reuniões com colegas que frequentam a escola na natureza. Quando uma criança vê que seus amigos mal podem esperar para ir, muitas vezes ela se deixa levar pela excitação deles. Você também pode fazer uma “noite experimental” na casa da sua avó, tia ou amiga – para que ele veja que passar a noite fora de casa não é tão assustador quanto ele imaginava.
Um equilíbrio entre encorajamento gentil e coerção
É importante não forçar a criança de uma forma que a torne ainda mais retraída. O incentivo é eficaz se for baseado em conversação, compreensão e exemplos positivos, e não em ultimatos e punições. Frases como: "Se você não for, decepcionará seus colegas!" ou "Não seja covarde!" Em vez disso, deixe a criança saber que você acredita nela e na sua capacidade de superar o medo.
Cada família tem sua abordagem, mas o mais importante é o equilíbrio entre respeitar a prontidão emocional da criança e aprender que enfrentamos desafios na vida que podemos superar. Se você mostrar a seu filho que está ao seu lado, não importa o que aconteça, e deixá-lo saber que você acredita na coragem dele, há uma boa chance de que ele o surpreenda - tanto na escola, na natureza, quanto mais tarde na vida.