Há muito tempo acredito que amor verdadeiro significa perseverança. Se você for paciente o suficiente, se você se esforçar o suficiente, se você se doar o suficiente, tudo dará certo. Que as coisas vão melhorar um dia, que um dia você verá o quanto significa para mim e me amará do jeito que eu te amei.
Mas a verdade era diferente. O amor que eu conhecia não era do tipo que cura. Foi ela quem sofreu. E quanto mais eu tentava, mais eu me perdia.
Ficar me doeu mais do que ir embora.
O amor não deveria machucar — pelo menos não o tempo todo.
Não estou dizendo que tudo tem que ser perfeito. O amor nem sempre é fácil. Mas se você tem que se convencer todos os dias de que vale a pena, se você chora mais do que ri, se você duvida mais do que acredita, se você deseja mais do que sente... então isso não é amor.
Fiquei muito tempo porque tive medo que o vazio fosse muito grande depois de você. Eu tinha medo do sentimento de perda. Eu tinha medo de não ser mais completo sem você.
E então eu fui embora.
Quando te deixei, finalmente me olhei no espelho.
Estou perdido em você há muito tempo. No que ela poderia ser. No que eu queria que existisse. Mas quando fiquei sozinho, me vi pela primeira vez em muito tempo.
Vi quanto amor eu estava dando a alguém que não podia recebê-lo. Vi quantas noites passei em lágrimas porque acreditava que não era suficiente. Percebi o quanto de mim havia sacrificado por algo que nunca estava certo.
E quando percebi isso, não tive mais medo.
Não tenho mais medo de ficar sozinho. Tenho medo de me perder novamente.
Não tenho mais medo de ficar sozinho. Não tenho mais medo do vazio deixado por você, porque sei que posso preenchê-lo sozinho. Não tenho mais medo de ir embora porque sei que esse foi o começo, não o fim.
Meu maior medo deveria ser ficar e continuar me perdendo em algo que estava me destruindo.
Agora sei que o amor verdadeiro não exige que eu desista de mim mesmo. E que o amor que eu procurava estava esperando dentro de mim o tempo todo.
Esse é um amor que nunca mais abandonarei.
