O diretor James Mangold traz A Complete Unknown, uma cinebiografia íntima que investiga os primeiros dias de Dylan. A história, entrelaçada com música, rebelião e polêmica, nos leva a uma época em que a cena folk americana tremia sob o peso das letras novas e do som da guitarra elétrica.
No papel-título, Timothée Chalamet não apenas interpreta Bob Dylan - ele se torna Bob Dylan. Este é o filme de 2025? Todas as indicações são de que ele possa estar. Com uma combinação de excelente direção, música autêntica e excelência em atuação, A Complete Unknown tem tudo o que precisa para um Oscar.
De um estranho a um ícone musical
O filme começa em 1961, quando o jovem Robert Zimmerman chega a Nova York com a ambição de se tornar um cantor folk. Com um violão nas costas e um acordeão no pescoço, ele aparece em um café cult Café O quê?, onde a sua simples presença não prenuncia a revolução que iniciará. Dentro de alguns anos, ele se transformaria em Bob Dylan, a voz de uma geração que atacava as normas sociais e a política com letras.
Dirigido por James Mangold, que já se provou com a biografia de Johnny Cash no filme Ande na linha (2005), tem uma notável noção de tempo, espaço e da história que a música conta. No filme Um completo desconhecido explora um momento crucial na carreira de Dylan – sua transição do folk acústico para a era elétrica que irritou muitos fãs, mas lançou as bases para seu imenso legado.
Timothée Chalamet: Uma transformação além da atuação
Se retratar Bob Dylan exigia mais do que apenas atuar, Chalamet fez o trabalho com uma dedicação incrível. Para o papel, ele aprendeu a tocar violão, gaita e até assumiu o característico jeito nasal de cantar que diferenciava Dylan dos demais cantores de sua época. Sua performance não é apenas uma imitação – é uma recriação respeitosa da alma de um ícone da música.
Chalamet já é um forte candidato ao Oscar de Melhor Ator, com os críticos comparando sua atuação a papéis biográficos de destaque, como Jamie Foxx em Raio (2004) e Rami Malek v. Bohemian Rhapsody (2018).
Edward Norton como Pete Seeger, Elle Fanning como Joan Baez e Mônica Bárbara como primeiros companheiros musicais de Dylan, eles formam um conjunto que combina perfeitamente com o cenário histórico do filme. A interpretação de Seeger por Norton, que vê Dylan como um rebelde e inovador, acrescenta uma camada de complexidade ao filme e levanta questões sobre a integridade artística e as expectativas do público.
Uma história de rebelião e mudança musical
O filme não foge de um momento que marcou a carreira de Dylan: sua lendária atuação no Newport Folk Festival em 1965, onde tocou guitarra elétrica pela primeira vez. O público, acostumado com baladas acústicas, ficou chocado. Foi um traidor ou um pioneiro? Um completo desconhecido explora esse mesmo dilema - o dilema de um artista que ousa seguir seu próprio instinto, independentemente das expectativas dos outros.
A direção de Mangold reflete a energia crua dos anos 60 através de cenas lindamente filmadas, desde os clubes enfumaçados de Greenwich Village até os sufocantes salões de festivais. As cenas musicais são autênticas, pois as músicas são gravadas ao vivo, o que confere ao filme uma autenticidade adicional.
Expectativas de recompensas
A temporada de premiações de 2025 será sem dúvida marcada por Um completo desconhecido. Em particular:
- os globos de ouro: Chalamet é forte candidato a Melhor Ator de Drama, e o filme já está entre os favoritos a Melhor Filme.
- O Oscar: Além de Chalamet, Edward Norton está concorrendo a Melhor Ator Coadjuvante, e o filme também pode receber indicações de Melhor Diretor, Edição e Som.
- Escolha da crítica e BAFTA: Os prêmios britânicos geralmente recompensam cinebiografias autênticas, então as expectativas são altas.
Este é o filme de 2025?
Com todos os elementos que compõem um filme memorável – atuação excepcional, direção, uma história autêntica e música poderosa – ele tem Um completo desconhecido todas as chances de se tornar um dos filmes mais elogiados do próximo ano. Se Bob Dylan foi a voz de uma geração, este filme é ao mesmo tempo uma ode ao seu legado e um lembrete do poder da arte para mudar o mundo.
Quer as guitarras sejam elétricas ou acústicas, o filme certamente atingirá a nota certa.