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A indústria automóvel alemã está numa posição perdida: só temos dois anos para encontrar uma solução, diz VW

Foto: elementos envato

Outrora um símbolo de inovação, prestígio e excelência técnica, a indústria automóvel alemã parece estar a atravessar alguns dos seus momentos mais difíceis. A Volkswagen (VW), o maior fabricante de automóveis do país, enfrenta desafios que podem ameaçar empregos e até fechar fábricas na Alemanha. Estes problemas são o resultado de uma combinação de factores, incluindo o rápido crescimento da concorrência chinesa, a falta de inovação nos veículos eléctricos e os custos laborais cada vez maiores do país.

Numa recente reunião com representantes dos trabalhadores, o clima era tenso. Os trabalhadores manifestaram-se contra a administração da empresa que planeia anular um acordo de segurança no emprego com trinta anos de existência. A Alemanha enfrenta uma ameaça real de perda de um grande número de empregos, o que teria um grande impacto nas comunidades locais. A presidente do conselho de trabalhadores, Daniela Cavallo, enfatizou que os cortes de empregos poderiam ter consequências desastrosas para regiões inteiras onde a Volkswagen é o principal empregador.

A competitividade da China e as oportunidades perdidas

Um problema para Gigantes automobilísticos alemães, como a VW, não está apenas nas más decisões de negócios, mas também nas mudanças do mercado global. As marcas de automóveis chinesas que outrora serviram como plataformas de produção para os fabricantes ocidentais estão agora a competir elas próprias com eles. Os veículos elétricos, nos quais a Volkswagen tem investido muita esperança nos últimos anos, são extremamente competitivos em preços no mercado chinês. Esta competitividade está agora a repercutir-se também no mercado europeu, o que tornou ainda mais difícil a já difícil situação da Volkswagen.

Como resultado, a VW enfrenta uma forte concorrência na Europa, o que se reflecte na queda das vendas e na diminuição da quota de mercado. Segundo Carsten Brzeski, economista-chefe do ING Bank, a Volkswagen, tal como outros fabricantes alemães, não respondeu com rapidez suficiente às tendências de eletrificação e digitalização que transformaram a indústria automóvel.

A indústria automotiva alemã e o futuro

Durante muitos anos, a Alemanha foi considerada uma superpotência industrial inabalável, principalmente graças ao sector automóvel. Mas anos de estagnação económica, falta de investimento na digitalização e em infra-estruturas e uma concorrência internacional cada vez maior enfraqueceram a sua posição. Alguns economistas alertam que este é um sinal de alerta para toda a economia alemã, que necessita urgentemente de adoptar reformas estruturais se quiser permanecer competitiva no mercado mundial.

A Volkswagen pode ter de um a dois anos para reverter a curva, segundo o CFO. Isto exigirá mudanças radicais nos negócios, desde a redução de custos até maiores investimentos em novas tecnologias. Mas permanece a questão de saber se a Volkswagen conseguirá regressar ao topo no sector automóvel cada vez mais competitivo.

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