fbpx

Capoeira em Liubliana

O brasileiro Luis Claudio Pinto de Faria, de 39 anos, mora em Ljubljana, onde ensina e descobre o misterioso mundo da capoeira em Ljubljana. Ele nasceu na cidade brasileira de Ubá, no estado de Minas Gerais. A arte marcial da capoeira encontrou seu caminho no Brasil tanto em centros esportivos quanto de saúde, escolas primárias, creches e ...

O brasileiro Luis Claudio Pinto de Faria, de 39 anos, mora em Ljubljana, onde ensina e descobre o misterioso mundo da capoeira em Ljubljana. Ele nasceu na cidade brasileira de Ubá, no estado de Minas Gerais. A arte marcial da capoeira encontrou seu caminho no Brasil em centros esportivos e de saúde, escolas primárias, creches e universidades, ao mesmo tempo que é uma forma de recreação cada vez mais popular aqui.

Quando a capoeira apareceu pela primeira vez e quando ela experimentou um renascimento no Brasil?

Não sei o período exato. Algumas fontes dizem que apareceu pela primeira vez no século XVII. Ela veio para o Brasil através dos descendentes de escravos africanos. Desenvolveu-se no cotidiano da escravidão no Brasil colonial entre membros de tribos africanas e outros povos indígenas, que desta forma preservaram sua tradição, cultura, mantiveram a vitalidade e, assim, fortaleceram corpo e espírito. Após a abolição da escravatura, tornou-se um fenómeno urbano, deslocando-se para as cidades. Também foi banido por um tempo. Agora tornou-se um fenômeno global que tem mais seguidores a cada dia.

Música e capoeira?
No início a música não fazia parte da capoeira. Os instrumentos que usamos hoje na capoeira foram introduzidos apenas no século XX. Antes era tocado com qualquer tipo de música. Hoje, o instrumento principal é o berimbau, que se assemelha a um arco de cordas com uma cabaça ressonante na parte inferior. Ele é acompanhado pela percussão da pandeira, ou pandeiro, e da atabaquia, instrumento semelhante a um tambor de conga. Forma-se um círculo - um clã que define o campo de luta, dentro do qual duas pessoas “tocam” de acordo com a música. Junto com a música, o jogo desenvolve a coordenação de movimento, ritmo, estratégia, cooperação e habilidades de dois indivíduos do gênero.

Por que você acha que a capoeira está ganhando popularidade no mundo ocidental?
Ela sempre encantou as pessoas. Chegou à Europa na década de 1970, primeiro para Londres. As pessoas que vieram do Brasil queriam aproximar sua cultura das pessoas da Europa. O interesse das pessoas foi despertado por movimentos muito diferentes de tudo o que tinham visto antes. Foi assim que começou o aprendizado da cultura brasileira através da dança, porque aprender capoeira não é apenas aprender movimentos e habilidades, mas também aprender a tocar instrumentos brasileiros, aprender a língua, dançar, cantar...

A prática da capoeira varia de país para país?
O gênero é o mesmo, não importa onde estejamos. Pode variar dependendo
música e técnicas de ensino de uma determinada escola. O comportamento dos jogadores
pode variar dentro do gênero, mas as regras são as mesmas. Algumas escolas trabalham mais a acrobacia, outras enfatizam a luta mais como uma habilidade. Eu acho que se você desenvolver demais um determinado aspecto da capoeira ela fica incompleta. É difícil manter a integridade, porque o comportamento familiar é uma questão de cultura pessoal. A capoeira sempre se adaptará ao local onde se desenvolve. Em Liubliana, o desenvolvimento será diferente do que, por exemplo, em França, porque temos um contexto económico, político e cultural diferente.

Existem regras não escritas dentro do gênero?
O aluno aprende as regras não escritas durante o treinamento, que são: comportamento no clã, quando e como você pode abordar o jogo, como os instrumentos são trocados, etc. A forma como o participante aborda o gênero depende de cada indivíduo. Alguns fazem o sinal da cruz, outros curvam-se diante dos instrumentos... Aconteceu-me que o meu aluno era muçulmano. Ele viu os outros alunos se persignarem. Ele próprio se curvou antes de entrar na família, como fazem os muçulmanos, porque a crucificação seria contra a sua religião. Participar de um clã é uma coisa pessoal e todos podem encontrar sua própria maneira de demonstrar respeito.

Como você vivencia a Eslovênia e pode compará-la com o Brasil?

Adoro o seu país, especialmente Ljubljana e a sua arquitetura. As ruas são limpas e bem cuidadas, os eslovenos são um povo bonito e culto. A natureza na Eslovénia é linda, faz-me lembrar a região onde nasci. Gosto do Lago Bohinj, lá é calmo e lindo. Quando estou perto da natureza, sinto que estou em casa. De qualquer forma, este é um país onde gostaria de viver (independentemente do frio). É difícil fazer uma comparação, pois cada país tem os seus pontos fortes e fracos. Como brasileiro, vejo o Brasil de forma diferente do turista médio. Também não vivencio a Eslovénia da mesma forma que os turistas a vivenciam. Nossa cultura e costumes são diferentes. A capoeira poderia ajudar a alma eslovena a se tornar mais brasileira e a possibilidade dos eslovenos mudarem sua rotina de vida. O amor pela Capoeira é certamente o elo entre a Eslovênia e o Brasil.

www.senzala.si

Mais Informações

Luís Cláudio Pinto de Faria

Adoro o seu país, especialmente Ljubljana e a sua arquitetura. As ruas são limpas e bem cuidadas, os eslovenos são um povo bonito e culto.

Com você desde 2004

A partir do ano 2004 pesquisamos tendências urbanas e informamos diariamente nossa comunidade de seguidores sobre as últimas novidades em estilo de vida, viagens, estilo e produtos que inspiram com paixão. A partir de 2023, oferecemos conteúdo nos principais idiomas globais.