Elon Musk, o visionário e principal financiador do início da OpenAI, usou a sua motivação e dinheiro para preparar o caminho para uma organização que prometia fazer com que a inteligência artificial servisse a humanidade. Hoje, porém, o mesmo homem está entre os críticos mais duros da empresa. O que deu errado?
Elon Musk, o homem que trouxe para você carros elétricos, foguetes reutilizáveis e a visão da vida em Marte, tem outra conquista em sua lista: ele foi a ideia e o principal investidor na fundação da OpenAI. Mas embora o projecto tenha começado com a promessa de criar inteligência artificial para o benefício da humanidade, essa promessa está agora manchada pela poeira das batalhas empresariais, disputas legais e amizades desfeitas. Como Musk passou de “padrinho da UI” a seu maior crítico?
O nascimento do OpenAI: um projeto para salvar o mundo
Em 2015, em conversa com Sam Altman, Musk fez uma pergunta que deixou muitos desconfortáveis: “Podemos impedir a humanidade de desenvolver inteligência artificial?” Quando percebeu que a resposta era não, decidiu que era melhor que a UI fosse desenvolvida por alguém com boas intenções – e assim nasceu a OpenAI.
Musk investiu entre US$ 50 milhões e US$ 100 milhões no projeto, tornando-o o principal financiador da organização. Sua visão? Uma organização que funcionará como uma instituição de pesquisa sem fins lucrativos comprometida com o bem público e não como uma arma de corporações de tecnologia como o Google.
Microsoft entra no jogo: Parceria ou traição?
Em 2016, a OpenAI precisava de mais poder computacional para competir com a DeepMind, a divisão de IA do Google. A Microsoft ofereceu US$ 60 milhões em suporte em nuvem por apenas US$ 10 milhões. Mas aqui começou a ficar complicado.
Musk estava cético: “Não quero que sejamos vistos como pioneiros do marketing da Microsoft”, escreveu ele em um dos e-mails vazados. Altman o acalmou com um acordo sem obrigação de promoção. A Microsoft tornou-se então a principal parceira em 2019 OpenAI, o que afastou Musk da organização que ele cofundou.
3. Choque de egos: Musk vs. Altman
As tensões internas não diziam respeito apenas a dinheiro ou parcerias, mas também a ambições pessoais. Em 2018, Musk queria assumir mais controle da OpenAI porque sentia que a organização não estava progredindo rápido o suficiente em comparação com a DeepMind. Altman e os demais cofundadores rejeitaram sua oferta, fazendo com que Musk deixasse o conselho.
Foi um divisor de águas para a organização: sem o financiamento de Musk, a OpenAI mudou de um modelo sem fins lucrativos para um modelo de “lucro limitado” em 2019 para atrair investidores como a Microsoft.
4. Elon Musk: De padrinho a crítico
Musk não esconde sua decepção hoje. Ele critica a OpenAI por “deixar suas raízes” e se tornar uma “subsidiária de fato da Microsoft”. Ele também abriu uma empresa concorrente xAI, que tem o mesmo objetivo do OpenAI anos atrás – fazer com que a UI sirva a humanidade.
Mas a sua raiva é mais do que apenas uma disputa profissional. Musk estava confiante de que a OpenAI permaneceria fiel à sua missão e não se tornaria uma ferramenta para acumulação de capital. Sua batalha legal contra a OpenAI e a Microsoft é a mais recente tentativa de corrigir a história.
Conclusão: Uma visão atropelada pelo capitalismo
Elon Musk foi uma força chave na criação do OpenAI. Com sua visão e dinheiro, ele lançou as bases para uma organização que prometia usar a UI para o benefício da humanidade. Mas a ironia é iminente: o projecto que ajudou a criar representa agora exactamente aquilo que ele queria evitar: a monopolização da tecnologia nas mãos de gigantes.
Musk pode nunca recuperar o controle OpenAI, mas a sua história lembra-nos quão rapidamente objectivos nobres podem sucumbir à pressão do capital.