Acho que há cumplicidade suficiente em colisões de guarda-chuvas e conversas com pessoas que ficam sob os telhados de lojas e frases como “Já acabou?”, porque é óbvio que um olhar para o céu deixará tudo claro.
Apático ou zangado com quedas caprichosas, mas não chamamos muito sol, porque estaremos reclamando disso novamente em breve muito quente. Mas para não discutir muito sobre os fenômenos meteorológicos, neste editorial dedicarei mais palavras ao pesadelo ou festa que chamamos de embalagem. Como se isso já não fosse suficientemente difícil, as regras do jogo estão constantemente a ser alteradas transportadoras aéreas.
Não vai ser possível mudar nada comigo brincando, meu processo de arrumação continua o mesmo, só que a fase em que tenho que jogar as coisas fora das malas está cada vez mais longa. De qualquer forma, o momento da partida se aproxima e o bilhete colado ao lado da geladeira já contém uma lista muito longa dessas coisas importantes entre aspas. E eu sei que não preciso de frascos de litro de protetor solar, e sei que chicletes, lenços umedecidos, protetores de ouvido, xampus e sabonetes líquidos são vendidos onde quer que eu vá, e sei que barras de chocolate, mas um litro não preciso de leite, pois a culinária exótica dá um toque de singularidade à viagem, e sei que, além de três grossos guias, o livro Guerra e Paz não cabe na minha “mala”, mas há muitas dessas coisas na minha longa lista. Entediado, mas ficarei entediado então? Entediado durante o verão que oferece muitas atividades? Bem, a primeira atividade começa quando coloco as coisas na cama na ordem da lista, claro, no meio eu pulo aqui e ali, e jogo, dobro, rolo, depois em sacos, depois fora, e combino novamente, o que for necessário e o que não... De repente a cama está cheia, seguido de um jogo de estratégia chamado Tetris, colocando tudo em uma mala. Experimento nº. 1, falhou. Coloco tudo para fora de novo, olho a lista do que posso abrir mão, a primeira coisa é claro meias, mas por que preciso de dez pares se vou ficar de chinelo o dia todo, e tiro outra coisa da lista...
Experimento nº. 2, a mala fecha com dificuldade, estou prestes a levantá-la para subir na balança quando começa o pesadelo. Bem, a única coisa que não entendo é que, em primeiro lugar, é muito pesado e, em segundo lugar, que terei de arrastá-lo desde o aeroporto, possivelmente a vários quilómetros de distância. Jogando tudo fora de novo, olho para todos os papéis já riscados e amassados enquanto faço uma lista nova e bem reduzida de coisas muito necessárias para as férias.
Experimento nº. 3, a mala está fechada, subo na balança, que mostra demais... "Então o que é demais mesmo?", reclamo. Também jogo fora o secador de cabelo, troco xampu e gel de banho por "tudo em um". Eu subo na balança e, sim, a guia indica exatamente o limite máximo permitido. E como estou no dia da partida? Sim, assim como todos os turistas, no meio do verão estou vestido com um suéter grosso, calças compridas, com bolsos laterais cheios até a borda, calçando botas pesadas de caminhada, uma câmera pendurada no pescoço, um guia grosso e passaporte em Por um lado, uma capa de chuva e uma bolsa com um sanduíche e uma garrafa de água estão penduradas no outro braço, linhas de cansaço e preocupação já estão desenhadas em meu rosto, se a balança do aeroporto aguentar...
Preciso adicionar mais alguma coisa? Bem, sim, sempre digo a mim mesmo que da próxima vez levarei apenas uma mochila pequena e um passaporte.
167- Revista Cidade - DE 17 DE JUNHO A 8 DE JULHO por revista da cidade